Sou meio resistente de escrever coisas muito práticas da viagem, sobre planejamento, quanto custa, como levar dinheiro e por aí vai. Já existem muitos sites e blogs de qualidade que dão este tipo de orientação. Sempre preferi escrever sobre percepções, medos e sonhos.
Porém, entretanto, todavia, tenho recebido muitas mensagens me perguntando exatamente isso: “quanto você gastou?”. Ontem uma amiga lançou assim: “Cá, como você guardou tanto dinheiro?”. Acho estas questões muito engraçadas porque eu gastei infinitamente menos de quem compra um apartamento, e ninguém pergunta como alguém junta dinheiro para comprar um imóvel ou um carro.
Prometo que no final deste texto, matarei sua dúvida (ou curiosidade) matematicamente.
Mas antes, me permitam algumas observações:
– Um dos melhores sites para te ajudar a planejar uma viagem de longo prazo é o Projeto Viravolta. Lá tem o caminho das pedras. Confia em mim.
– Tudo, absolutamente tudo na vida são escolhas. Então, eu consegui “juntar” tanto dinheiro porque eu escolhi não ter filhos, eu escolhi passar 2 anos sem comprar nada de supérfluo, porque eu escolhi ter um carro barato e enfim, eu escolhi fazer uma mega faxina na minha vida financeira, anotando todos os meus gastos (até o cafezinho), tendo meta de economia por mês e também me coloquei alguns limites, como gastos em restaurantes. Tudo foram escolhas. E as minhas escolhas podem não funcionar para você ou vice-versa.
– O orçamento de uma viagem de longo prazo vai depender do seu estilo de viajar. Se ficasse 1 ano na Zoropa, iria gastar mais do que o dobro do que eu gastei. E se tivesse excluído a Austrália e a Nova Zelândia do meu roteiro, só em passagem aérea, economizaria mais de mil dólares. Enfim, seu roteiro será a base do seu orçamento. Além disso, não pense você que chegando numa cidade eu fazia todos os passeios turísticos igual a gente faz quando está de férias, eu escolhia um ou outro. Algumas escolhas cortavam o meu coração, porque a gente normalmente pensa assim “Estou no meio da Namíbia e não vou fazer este safari noturno? ”. Pois é, não fiz. Mas andei de balão na Capadócia, ahhhh, estas escolhas…
– Hospedagem e alimentação teve de tudo um pouco. Na maioria do tempo ficava em hostels com quarto e banheiro compartilhado e exagerava mais nos gastos com comidinhas e bebidinhas, pois eu tenho mais prazer em comer e beber do que ficar num lugar melhor. Mas alguns dias ignorei totalmente o meu orçamento, peguei o cartão de crédito e gastei num quarto só para mim , com banheiro só para mim. Foram momentos tão incríveis quanto um banho de mar numa praia grega de azul exuberante.
Enfim, depois que te fiz ler tudo isso, vou contar. Eu gastei uns R$ 120 mil reais na minha volta ao mundo em 365 dias. Considerando TUDO, em épocas que cheguei a pagar R$ 4,20 no dólar. Desta grana, R$ 18 mil foi a passagem de volta ao mundo, R$ 4 mil do meu seguro saúde que cobria até mandar meu corpo de volta para o Brasil se eu morresse em terras estrangeiras. Sou dessas que tento não dar muito trabalho para os outros, mesmo depois de morta.
Além disso, tive algumas extravagâncias: fiz 1 mês de curso de inglês na Austrália (curso+hospedagem, R$6.500), aluguei um carro na Nova Zelândia, paguei por um tour meio caro na minha primeira passagem pela Índia e fiz o overland na África de 25 dias, este último custou R$ 10 mil. Mas por outro lado, passei meu último mês e meio de viagem na Índia gastando super pouco.
Mas o que eu quero passar com estas informações, é que uma viagem dessas pode custar bem menos do que eu gastei ou muito mais. Depende das suas escolhas. Boa sorte para aqueles que sonham com uma viagem de volta ao mundo e estou por aqui se eu puder ajudar com alguma informação ou empurrão!
Simplismente show !!!! Uma experiencia unica que sera levada por toda a vida e alem dela !!!!!
Bj do amigo de poltrona !!!
Ale.