Sempre me intitulei uma pessoa não preconceituosa, cabeça aberta, que respeita todo tipo de credo, raça, opção sexual, time de futebol, comida preferida e por aí vai.
Mas na minha primeira meia hora em Melbourne, eu passei por uma situação onde vi o quanto posso ser ridícula.
Pousei na cidade num domingo ensolarado, peguei um ônibus até o centro da cidade, sem saber muito ao certo como chegaria na minha nova morada. Chegando na estação central, olho o mapa daqui, jogo no google maps ali e nada.
Resolvi tirar o escorpião do bolso e ir pegar um taxi para terminar o trajeto.
Quando chego no ponto de taxi, no primeiro carro, tem um motorista com a cara do Osama Bin Laden, aquela barba comprida, aquele pano amarrado na cabeça, igual a gente vê na TV Grobo. Gelei. Não entrei no taxi, passei direto. E agora, disfarço e espero o próximo? Mas ficou uma situação meio chata por que eu tinha ido direto para entrar no carro e dei esta recuada.
Respirei, pedi para Maria passar na frente e entrei.
Tirei uma foto dele meio de lado e mandei para um amigo com uma brincadeira do tipo, “olha, o Osama Bin Laden é meu taxista”. Mas, na verdade, pensei que talvez fosse bom alguém ter alguma pista caso eu fosse sequestrada pelo Talibã em plena Melbourne City.
Mesmo estando com um possível integrante do Talibã, eu não consegui me conter e puxei um assunto. Primeira pergunta: “Where are you from?”. Me contou que era indiano, mas vive na Austrália há mais de 30 anos onde constituiu sua própria família, e hoje tem um casal de filhos já na faculdade. Ele perguntou de onde eu vinha, o que me trazia a Melbourne, estas coisas. Foi tão bom o papo que quando chegamos no meu destino, ele me deu um cartão de trem que um passageiro tinha esquecido e que poderia me ajudar no meu primeiro dia na cidade.
Fiquei envergonhada de mim.
Mas foi sem querer.
Fui sim, fui ridícula sem querer. Quando me dei conta, já estava julgando aquela pessoa só pela aparência e fazendo paralelo com o que eu via na TV, no mundo que eu acreditava ser real, mesmo jurando de pé junto, sem figa escondida atrás, que eu não tinha preconceitos. Verdades secretas que começam a aparecer…
Oi amiga,
Que curioso não é mesmo ? Às vezes só diante de determinadas situações é que nossos segredos, o que mora no nosso íntimo acaba aflorando…..mas não se culpe, infelizmente é muito mais comum do que imaginamos, vai saber se ele não ficou com medo de perder a carteira depois que você disse que era brasileira rsrsrs….durante sua viagem com certeza terá muitas oportunidades de se surpreender assim positivamente e ampliar sua mente ! Fica com Deus !! Bjokas
hehehehe verdade, ele pode ter ficado meio ressabiado.
enquanto eu escrevia o post eu lembrava de você e do Rodrigo tirando sarro das minhas amizades com os taxistas…rs…até do outro lado do mundo!!!
fique você com Deus também, saudade enorme dos nossos almoços, cafés, bolos, filosofias, etc, etc.
beijos
Adoreeeeeei…fiquei so imaginando vc, nessa situacao, e sei que ficou muito mais a vontade batendo um papinho com o motorista indiano do que tirando o escorpiao do bolso…kkkkk. Qt a ser preconceituosa, todos por mais que juremos o contrario somos um pouco, acho q mais pela loucura diaria do mundo em q vivemos do q por nossos instintos. Um beijao nosso. Saudades..
com certeza, amiga. meu escorpião está no bolso sempre, senão eu não estava aqui. mas está rolando muito papinho divertido aqui e olha que nem rolou festinha com mochilinha nas costas 🙂 beijo enorme para vc, Gus e principalmente para meu afilhado lindo.
Ainda surgirão muitas situações, mas do que o olhar do preconceito veja-se no autoconhecimento. Aprendendo consigo mesmo diante do novo! Quem somos nós com todo o nosso histórico de vida? Beijos, adorando tudo com você maus presente na minha vida!!!
ah com certeza, Ana…ainda tenho muito a percorrer e muito a aprender….também estou adorando ter você mais pertinho de mim nesta viagem. beijos
Eu ri! Imaginei sua cara na hora. Mais uma vez enfrentou “o medo”! Boa Camillao!
Nossos “preconceitos” ficam, na maioria das vezes, escondidos de nós.
Um beijo
Dani, foi realmente tragicômico 😉 beijos
Camis, já passei por isso! Em chicago 90% dos taxistas tem essa mesma cara, barba e turbante! Mas numa das minhas viagens…. Um deles reconheceu meus traços árabes, perguntou minha história familiar e me ofereceu um doce árabe que ele guardava no carro!!!! Aceitei e fiz um amigo talibã!!!!! Kkkkkkk estórias para colecionar! Bjs
ah, que legal Mari!
agora eu já acostumei, aliás nunca estive numa cidade com tanta miscigenação de pessoas 🙂
beijos beijos
Mais uma história pra contar. Demais!!! Saudade.
Jú, também estou com saudades. Quando eu voltar, pode reservar uns cafés, chopps, cinemas para a gente colocar o papo em dia, e haja papo! Beijãoooo
Camilla,
Adorei sua história, curta tudo positivamente e sem medo de ser feliz. Abs
Obrigada Marcelo!!!! 🙂 Ainda está começando a viajando e a cada dia estou mais certa da minha decisão. Bjs e obrigada pelo apoio.
Essa reação vem do bombardeio de informações esteriotipadas que recebemos no decorrer da vida…esse ano tive uma atitude muito semelhante afastando minha sobrinha de um rapaz “com traços suspeitos” em Paris…medo, proteção, preconceito…Só sei que fiquei mal depois…Temos muito que percorrer pelo nosso exterior e pelo nosso interior. Siga firme em seu propósito!!! bjs
seguindo em frente com novas descobertas a cada dia.obrigada. beijos